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29 novembro 2010

               “Geada Negra”
retrata um dos episódios mais dramáticos da história do Paraná
 No inverno de 1975, os curitibanos ficaram deslumbrados com a neve que caiu sobre a cidade. Apesar de bonito, o espetáculo da natureza trouxe outro fenômeno meteorológico, de efeito catastrófico: uma forte geada que destruiu todos os cafezais do estado, que até então tinha sua economia dependente da produção de café.
   Agora, a  “Geada Negra” tornou-se documentário assinado por Adriano Justino, e hoje, segunda-feira, tem sua primeira exibição, às 20 horas no auditório do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
 A entrada é franca.
Apesar de sua importância, o fato jamais foi abordado antes em um documentário. A idéia de realizar esse filme surgiu quando o diretor e jornalista Adriano Justino pesquisava informações para outro documentário, “O Dia da Neve”, ainda não lançado em Curitiba,  mas que está sendo exibido na TV Câmara. “As notícias da neve pontuavam três a quatro edições dos jornais. As da 'Geada Negra' permaneceram por meses”, relata Justino.
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“Todo o café dizimado”.
 Esta foi a triste manchete dos jornais paranaenses do dia 18 de julho de 1975, um dia após a ocorrência da maior geada de que se tem notícia no Brasil. O fim dos cafezais resultou, ao longo dos anos seguintes, em um dos maiores êxodos populacionais ocorridos no Brasil e um dos maiores do mundo ocorridos em tempos de paz.
Para realizar "Geada Negra", foram consultados os acervos de 21 museus, bibliotecas, televisões, cinematecas, institutos e arquivos paranaenses. 
Neste garimpo histórico, um dos destaques do filme é a recuperação de raras imagens em 16mm (formato utilizado pelas tevês na década de 1970) da TV Coroados, Canal 9, TV Tibagi e arquivo do Palácio Iguaçu.
No filme há diversas fotos do rico acervo do fotógrafo João Urban e do técnico de café e fotógrafo Armínio Kaiser, que registrou o trabalho agrícola no norte do Paraná entre as décadas de 1940 e 1970. 
Um dos pontos altos é o raro depoimento do ex-governador Jayme Canet Jr., que apesar da fama de durão, se emociona diante das câmeras ao lembrar do fato. Ele também era cafeicultor em Bela Vista do Paraíso e perdeu tudo naquele período.
Durante o lançamento haverá apresentação de materiais da época (periódicos), disponíveis no Auditório do MON, para que o público conheça um pouco mais da história da geada.
Agradecemos convite.
fotos: João Urban, arquivo do Palácio do Iguaçú, arquivo Canet e arquivo RPC.

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