O Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, abre hoje, quinta-feira, a mostra
Haruo Ohara
-- Imigrante, lavrador e fotógrafo -- com a exposição reunindo 150 fotografias em preto e branco produzidas entre 1940 e 1970. Apontado como um dos mais importantes nomes da fotografia brasileira, da segunda metade do século 20, esta seleção integra o acervo com mais de 18 mil negativos do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro.
"Como homem da terra, Haruo Ohara (1909-1999) cultivou o campo e com sensibilidade utilizou a fotografia para registrar a luz e construir formas abstratas a partir de volumes e texturas de objetos e da natureza de seu dia a dia. Produziu também marcantes imagens documentais e humanistas da família, da região e de seu trabalho associado à abertura da nova fronteira agrícola no Norte do Paraná."
"O trabalho de Haruo aponta que, mesmo em um momento de forte transformação e aceleração tecnológica – a urbanização crescente do Brasil na época –, talvez apenas o tempo real de maturação das flores, frutos e filhos, fortemente representados em sua obra fotográfica, seja também o tempo real e necessário para a criação artística. Essa insistente sinalização para o verdadeiro ciclo da vida e da terra, com seus ritmos ancestrais, é o seu principal legado."
Por decisão da família do fotógrafo, seu acervo foi doado ao Instituto Moreira Salles (IMS) em janeiro de 2008 e passou a ser tratado e preservado pelo instituto, principal instalação dedicada à conservação e à preservação da memória fotográfica no Brasil. O acervo,é composto por cerca de oito mil negativos em preto e branco, dez mil negativos coloridos, dezenas de álbuns e centenas de fotografias de época, além de equipamentos fotográficos, objetos, documentos pessoais, diários e livros.A guarda desse conjunto permite um estudo aprofundado da obra do fotógrafo e de sua trajetória como imigrante e pequeno agricultor de Londrina.
Visitação até 27 de março 2011.
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