Dia  Mundial do Doente
por Dom Anuar Battisti  --  Arcebispo de Maringá
""Pelas suas chagas fostes curados" (1Pd 2, 24). Assim o Papa Bento XVI começa sua  mensagem para os doentes e para os que deles cuidam diariamente. Proponho aqui  uma breve síntese como reflexão.
Todos os anos, na memória da  Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, que se celebra no dia 11 de fevereiro, a  Igreja propõe o' Dia Mundial do Doente'. Se todos os homens são nossos irmãos,  aquele que é débil, sofredor ou necessitado de cuidado deve estar mais no centro  da nossa atenção, para que nenhum deles se sinta esquecido ou marginalizado; com  efeito ‘a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o  sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a  sociedade.
Uma sociedade que não consegue aceitar os  que sofrem não é capaz de contribuir, mediante a compaixão, para fazer com que o  sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade  cruel e desumana’ (Carta enc. Spe Salvi, 38).
Queridos doentes e sofredores, é justamente  através das chagas de Cristo que podemos ver, com olhos de esperança, todos os  males que afligem a humanidade. Ressuscitando, o Senhor não tirou o sofrimento e  o mal do mundo, mas extirpou-os pela raiz. À prepotência do Mal opôs a  onipotência do seu Amor. Indicou-nos então, que o caminho da paz e da alegria é  o Amor: "Como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros" (Jo 13,  34).
Cristo, vencedor da morte, está vivo no  meio de nós e enquanto com São Tomé dizemos também: "Meu Senhor e meu Deus",  seguimos o nosso Mestre na disponibilidade a prodigalizar a vida pelos nossos  irmãos (cf. 1 Jo 3, 16), tornando-nos mensageiros de uma alegria que não teme a  dor, a alegria da Ressurreição. São Bernardo afirma: "Deus não pode padecer, mas  pode compadecer".
A vós, queridos irmãos e irmãs, repito esta  mensagem, para que sejais suas testemunhas através do vosso sofrimento, da vossa  vida e da vossa fé. Considerando a Jornada Mundial da Juventude em Madrid, no  próximo mês de Agosto, gostaria de dirigir um pensamento aos jovens,  especialmente aos que vivem a experiência da doença.
Queridos jovens, aprendei a "ver" e a  "encontrar" Jesus na Eucaristia, onde Ele está presente de modo real para nós,  até se fazer alimento para o caminho, mas sabei reconhecê-lo e servi-lo também  nos pobres, nos doentes, nos irmãos sofredores e em dificuldade, que precisam da  vossa ajuda (cf. ibid., 4). A todos vós jovens, doentes e sadios, repito o  convite a criar pontes de amor e solidariedade, para que ninguém se sinta  sozinho, mas próximo de Deus e parte da grande família dos seus filhos (cf.  Audiência geral, 15 de Novembro de 2006).
Na conclusão desta minha mensagem desejo  exprimir o meu afeto a todos e a cada um, sentindo-me partícipe dos sofrimentos  e das esperanças que viveis quotidianamente em união com Cristo crucificado e  ressuscitado, para que vos conceda a paz e a cura do coração. Juntamente com Ele  ao vosso lado vigie a Virgem Maria, que invocamos com confiança como Saúde dos  enfermos e Consoladora dos sofredores.
Exorto também as autoridades a fim de que  invistam cada vez mais energias em estruturas médicas que sirvam de ajuda e  apoio aos sofredores, sobretudo aos mais pobres e necessitados e, dirigindo o  meu pensamento a todas as dioceses, aos agentes no campo da saúde, aos  voluntários e a todos os que se dedicam com amor a cuidar e aliviar as chagas de  cada irmão e irmã doente, nos hospitais ou casas de cura, nas famílias: nos  rostos dos doentes sabei ver sempre o Rosto dos rostos: o de Cristo."
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