"A CPI dos Leitos do SUS reuniu-se hoje, com dirigentes de hospitais de Maringá, que deixaram evidentes as falhas que prejudicam o atendimento da população pelo Sistema Único de Saúde na região, a começar pela falta de cumprimento das partes no “Termo de Adesão ao Pacto Regional de Atenção Integral às Urgências”, assinado em 2004 e revisto em 2007.
Estiveram presentes o diretor superintendente do Hospital Universitário de Maringá (HU), José Carlos Amador, o superintendente do Hospital Santa Rita, Hiran Alencar Mora Castilho, e o secretário municipal de Saúde de Sarandi, Marcos Aurélio da Rosa. Foram convidados e não compareceram Antonio Carlos Nardi (secretário de Saúde de Maringá); Irmão Rafael Carregosa (diretor presidente da Santa Casa); Carlos Alberto Ferri (diretor geral do Hospital Metropolitano; Kazumichi Koga (diretor da 15ª Regional de Saúde) e Stella Maris Ferreira Pinheiro (promotora de Defesa da Saúde).
“Como não compareceram espontaneamente, agora serão convocados para depor dentro das prerrogativas legais que tem a CPI”, informou o presidente da comissão, deputado Paranhos/PSC (segundo à esquerda).
Segundo o presidente da CPI, durante e depois do debate ficou claro que há problemas de competência entre os participantes do termo de adesão. E para tentar encaminhar uma solução, a CPI propôs uma repactuação do termo, restabelecendo competências de acordo com a capacidade de cada um dos hospitais. “Agora vamos marcar uma data para que todos os atuais signatários do acordo possam se reunir, com a intermediação da CPI, e rever as condições de cada um de acordo com suas reais possibilidades”, afirmou Paranhos.
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No caso de Maringá, o que chamou a atenção da CPI durante as diligências e ficou confirmado na reunião de hoje foi a discrepância entre a relação de funcionários e leitos nos hospitais públicos e privados. Enquanto no HU a relação é de sete funcionários para cada leito, no Hospital Santa Rita a relação cai para três funcionários por leito – o HU tem 955 funcionários para 123 leitos, enquanto o Sta Rita tem 850 funcionários para 230 leitos.
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Outra discrepância apurada no HU e não explicada pelo diretor é a quantidade de técnicos administrativos (102) e agentes internos de segurança (56), enquanto faltam médicos e enfermeiros. Apesar disso, há uma solicitação do HU para contratação de mais 256 novos servidores.
Ao justificar as dificuldades de atendimento da demanda – são 80 pacientes em média atendidos diariamente nos corredores -, o diretor do HU de Maringá disse à CPI que o hospital foi projetado há 21 anos para ter onze centros cirúrgicos e hoje tem apenas dois improvisados. Além disso, o hospital conta com apenas três salas para o pós-operatório, o que impede a realização de mais cirurgias. “Mesmo que pudéssemos realizar mais cirurgias, o que não é possível, não teríamos onde colocar os pacientes operados”, arrematou José Carlos Amador.
Já o diretor do Hospital Santa Rita, Hiran Mora Castilho, informou que o hospital cumpre integralmente sua parte no termo de adesão e até ultrapassa essa cota numa média de 12 a 15 pacientes por dia. “Se vamos repactuar, precisamos primeiro conhecer as bases desse novo pacto, porque já cumprimos nossa parte”, afirmou."
foto:divulgação
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