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11 março 2013

POLÍTICANDO --kkkkkkkkkkkk
"Esta é a história de um ex-chefe de Estado, convencido de que o Brasil
nasceu com ele e que, antes, nem chegava a ser país. Tratava-se de uma reles
colônia. Um governante hábil, cercado de um imenso cordão de puxa-sacos, que
beijava suas mãos e se ajoelhava diante dele. De certa forma, tolerava a
imprensa, mas gostava de imiscuir-se na orientação dos jornais e de brigar
com os jornalistas que não aceitavam suas imposições. Ai deles! Os inúmeros
(e bem recompensados) adeptos do guia supremo os perseguiam e agrediam nas
ruas.
   Mesmo gostando de aparecer, passou muito, muito tempo sem dar
entrevistas.Era chefe de Estado, mas tinha profunda afinidade com os
costumes do povo.Viúvo, casou-se de novo; mas sua esposa não tinha o direito
de se manifestar em público.Quem mandava mesmo era a amante paulista, que
nomeava e demitia, que beneficiava a família e seus protegidos, não tendo a
menor preocupação com o escândalo que provocava. Era a namorada do chefe;
quem não a apreciasse tinha todo o direito de obedecê-la, favorecê-la e
calar-se.
      A-do-ra-va dar palpite na política de outros países. Trouxe para o
Brasil, regiamente pagos, aventureiros internacionais para auxiliá-lo nas
tarefas a que se propôs - jamais se incomodou que fossem estrangeiros.
Fez seu sucessor, pessoa de boa-vontade, mas pouco eficiente - foi quem, por
exemplo, prometeu gastar o que fosse preciso para levar água aos
nordestinos.
       Esta é a história, claro, de D. Pedro I, que acaba de ser exumado." 
Carlos Brickmann

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