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12 outubro 2014

SONETO DE CRIANÇA


“Quando quiseres olhar o infinito,
nem precisas andar, pois andar cansa;
busca em volta o rosto mais bonito,
e encontrarás um riso de criança.

Estando o mundo cinzento e aflito
e se buscares de volta a tua dança,
repousa na criança teu olhar contrito,
e descobrirás um fio de esperança.

Sendo criança, de novo, a tua vida
será a fonte de força renascida,
porque na paz reside a fortaleza.

Em verdade te digo francamente:
Quem não tornar-se criança novamente,
jamais verá o reino da pureza.”

Carlos Drumond de Andrade

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