“Com o Dia dos Namorados se aproximando, as lojas
começam a intensificar suas propagandas de venda de produtos voltados para a
data, começam a brotar textos nas redes sociais sobre o assunto, e as pessoas
parecem querer arranjar alguém para dizer "eu te amo" mais do que
qualquer outra coisa.
Atualmente, seja pelo status de ter alguém para
amar, seja por medo de ficar sozinho (a), as pessoas parecem desesperadas para
ter seus sentimentos por alguém comprovados, ou, então, querem que o cônjuge
reforce esse amor constantemente. Segundo o psicólogo e master coach João
Alexandre Borba, o que acontece hoje em dia é uma banalização do "eu te
amo". "Por mais que não possa parecer, cada vez mais as pessoas se
esforçam para sentir algo que (ainda) não existe. Não podemos falar aquilo que
não sentimos, ou seja, não há porque apressar o 'eu te amo' em uma
relação", afirma.
Ele explica que não é saudável falar por falar,
pois isso acarreta no desgaste da relação. "Não deve ser pensado em
quantidade, mas, sim, em qualidade. Não obrigue seu cônjuge a falar, deixe que
ele se expresse à sua própria maneira. A consistência do sentimento é mais
importante do que a frequência, então o ideal é falar quando o 'eu te amo' vem
naturalmente, não quando ele é solicitado”, comenta.
O psicólogo diz que é preciso que as pessoas saibam
avaliar o que é o amor, e como ele é percebido no dia a dia do casal.
"Lembro-me de um casal que atendia; quando fiz a pergunta 'o que é amor
para você' o marido respondeu que era quando acordava, seu café já estava o
esperando, e sua mulher estava levando as crianças para a escola. Já para ela,
era quando sentia que recebia atenção e carinho do seu companheiro ou quando
faziam programas que ela escolhia. Desse modo, expliquei que são nesses
momentos em que eles se sentem amados que o 'eu te amo' deve ser falado, pois,
assim, ambos irão se sentir bem na relação já que o sentimento se encontra
presente naquele instante", explica. Ele ainda recorda que, nesse caso
específico, após o casal passar a entender os momentos em que se sentiam
felizes na relação, eles começaram a reproduzir com mais vezes essas atitudes
que faziam com que ambos se sentissem amados, tornando a relação mais prazerosa
e íntima.
Borba finaliza, dizendo que nunca deve-se exigir
que a outra pessoa faça ou diga algo de maneira forçada. "Esse tipo de
reação é infantil, pois exclui a liberdade do outro. Quando a pessoa se sente
livre e sem cobranças, o sentimento flui naturalmente, o que revela-se ser bom
tanto para um, quanto para o outro".”
- João Alexandre Borba - máster coach trainer e psicólogo
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