A
jornalista Amanda Rossi, mineira que morou mais de dez anos na Cidade Canção e atualmente reside em Sampa, lança nesta
sexta-feira, o livro-reportagem
“Moçambique o Brasil é aqui”
pela Editora Record.
Na Livraria Curitiba- Shopping Maringá Park, às 19h30.
Na Livraria Curitiba- Shopping Maringá Park, às 19h30.
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Em 2010 Amanda passou seis meses em Moçambique e retornou em 2013 quando, em viagem à cidade de Moatize, onde ocorria uma manifestação contra as reservas de carvão da Vale, teve algumas surpresas. O avião que a levaria da capital Maputo para Moatize era da Embraer, a Igreja Universal de Reino de Deus estava presente na cidade e entre os manifestantes havia ex-funcionários da Odebrecht.
.Em 2010 Amanda passou seis meses em Moçambique e retornou em 2013 quando, em viagem à cidade de Moatize, onde ocorria uma manifestação contra as reservas de carvão da Vale, teve algumas surpresas. O avião que a levaria da capital Maputo para Moatize era da Embraer, a Igreja Universal de Reino de Deus estava presente na cidade e entre os manifestantes havia ex-funcionários da Odebrecht.
“ Aos olhos da jornalista, Moçambique é o país mais interessante para mostrar a chegada do Brasil na África porque concentra as maiores investidas do país no continente. “Se quisermos ver como o Planalto apoiou negócios de empresas brasileiras, nada melhor do que observar a história do maior empreendimento do Brasil na África: a exploração de carvão da Vale. Moçambique é ainda o país africano que mais despertou o interesse do agronegócio brasileiro. Além disso, foi um dos países mais cobiçados pelo Brasil para apoiar a reforma do Conselho de Segurança da ONU”, explica Amanda, que se debruçou sobre centenas de correspondências do Itamaraty, documentos oficiais e extraoficiais para compor a obra.
Esmiuçando os detalhes das empreitadas e das
empreiteiras brasileiras em Moçambique a partir do governo Lula, o livro traz à
tona informações do intricado mosaico de negócios do Brasil no país e revela
questões delicadas das relações das empresas com o governo brasileiro. O
financiamento das viagens do ex-presidente para o continente africano é uma
delas. Em entrevista exclusiva para a autora, o político afirma que nunca houve
conflitos de interesses: “Não há conflito nem com empresa de construção, nem
com banco, nem com empresa de automóvel. Eu viajo e faço palestra gratuita para
sindicato, para comunidade base, para qualquer coisa”, declara Lula. O
ex-presidente defende ainda que além das empreiteiras, empresas de açúcar e
etanol, os bancos brasileiros também deveriam estar na África: “Se não for
assim esses países vão ficar com os bancos dos países colonizadores”, completa.
Quando a escritora apresenta a voz dos
moçambicanos, as opiniões a respeito da expansão brasileira na região são
divergentes: “Uma parcela do povo moçambicano se decepcionou com a atuação
brasileira. Especialmente quem já foi diretamente impactado pelos negócios do
Brasil. Outros, no entanto, “tinham confiança de que ‘os irmãos brasileiros’
fariam diferente e apoiariam o povo moçambicano. Eu pressionei tudo que pude,
mas nada parecia abalar a fé deles no Brasil”, conta.
Moçambique: o Brasil é aqui traz na íntegra as entrevistas da autora com o ex-presidente Lula, aclamado pelo povo local, e com o escritor moçambicano Mia Couto, que foi um dos combatentes na luta pela independência e é co-autor do hino nacional do país. O livro revela as mais variadas nuances das relações que unem e separam os dois países.”
Moçambique: o Brasil é aqui traz na íntegra as entrevistas da autora com o ex-presidente Lula, aclamado pelo povo local, e com o escritor moçambicano Mia Couto, que foi um dos combatentes na luta pela independência e é co-autor do hino nacional do país. O livro revela as mais variadas nuances das relações que unem e separam os dois países.”
fotos: arquivo pessoal Amanda Rossi
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