“Terminado
o Carnaval, eis que nos encontramos com os seus melancólicos despojos: pelas
ruas desertas, os pavilhões, arquibancadas e passarelas são uns tristes esqueletos
de madeira; oscilam no ar farrapos de ornamentos sem sentido, magros, amarelos
e encarnados, batidos pelo vento, enrodilhados em suas cordas; torres
coloridas, como desmesurados brinquedos, sustentam-se de pé, intrusas,
anômalas, entre as árvores e os postes. Acabou-se o artifício, desmanchou-se a
mágica, volta-se à realidade.”
Cecília
Meireles
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