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20 março 2022

Grande Mia!

"Em “O Caçador de Elefantes Invisíveis” (Caminho, 2021), o seu mais recente livro, Mia Couto retoma um género literário que já lhe é conhecido com mestria. Histórias de gente comum, personagens anónimas que o autor traz para a ribalta dando-lhes nome e luz, salientando a relevância da forma como pensam e sobrevivem. Gente de vontade, que resiste à brutalidade e reinventa a dignidade, sendo impressionante a capacidade que Mia Couto tem de transformar episódios de dor e de sofrimento em relatos inspiradores, dominados pela resistência e a superação na adversidade. São mais de vinte contos, compilados e agora reescritos pelo autor, depois de terem sido publicados, nos últimos dois anos, na revista Visão, muitos deles reveladores do efeito disruptivo da pandemia no povo moçambicano – um profissional de saúde, mascarado e a impor distância como se tivesse armado, acaba por ser confundido com um ladrão; um caçador de elefantes invisíveis que confunde a brigada dos serviços de saúde com fiscais da fauna; gente que se sente prisioneira sem cárcere, refém da culpa e do medo."
Texto de Francisca Moura, no site "Deus me livro"

Mia - pseudônimo do escritor / biólogo moçambicano António Emílio Leite Couto, é sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras.

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