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30 maio 2024

Corpo de Deus

Aula de História - Não esquecer jamais

"Na época da escravidão, brancos e pretos faziam festas separadas. E geral, de cunho religioso e promovidas pelas irmandades, associações que se reuniam em nome de um santo ou uma divindade.

A Ordem Terceira de São Francisco e a do Santíssima Sacramento eram reservadas aos brancos. A de Nossa Senhora do Rosário e a de São Benedito, aos negros, nesse caso mais alegres e ruidosas devido às danças, aos tambores e outros instrumentos musicais. 

Uma exceção nesse ambiente festivo segregado era a data de hoje, a festa do Corpo de Deus, ou Corpus Christi.

 Nessa rara ocasião, escravocratas e pessoas escravizadas se congregavam numa mesma procissão. Mas havia sempre uma ordem rigorosa. Brancos e poderosos iam à frente. Negros, livres ou escravizados, atrás. A tradição vinha de Portugal. Em 1719, nada menos do que 143 irmandades participaram da procissão do Corpo de Deus em Lisboa. À frente ia a Irmandade de São Jorge. Atrás vinham as confrarias de ofícios, como de São José dos Carpinteiros, a de Santa Catarina dos Livreiros, a de Santo Elói dos Ourives de Ouro, a de Santa Ana dos Tanoeiros e a de São Marçal dos Pasteleiros. No mesmo cortejo, desfilaram três “irmandades de pretos”: a de Nossa Senhora do Rosário, a de São Benedito, e a de Jesus, Maria e José. Na ilustração, a festa do Rosário documentada por Rugendas em 1835."

Escritor/historiador maringaense, Laurentino Gomes

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