(44) 3222-7836

13 setembro 2024

Escritor Laurentino Gomes, maringaense, participando da 'Bienal do Livro', em São Paulo - onde mora atualmente. Orgulhoso pois assina o prefácio da nova edição especial e comemorativa dos 70 anos do livro "Dicionário do Folclore Brasileiro", clássico da nossa literatura e considerada a obra magna do maior folclorista Luís da Câmara Cascudo, de Natal, Rio Grande do Norte.

= Luís foi historiador, sociólogo, musicólogo, antropólogo, etnógrafo, folclorista, poeta, cronista, professor, advogado, jornalista e escritor. Autor de clássicos do pensamento brasileiro como Cinco Livros do Povo, História da Alimentação no Brasil, Vaqueiros e Cantadores e Literatura Oral, E reconhecido como uma dos "pilares da construção da identidade brasileira".
A seguir, alguns trechos que Laurentino escreveu no prefácio...

O Brasil, ao longo do século XX, superadas as ilusões do período imperial, foi sendo redescoberto aos pedaços. Euclides da Cunha desvendou os sertões de Canudos. Guimarães Rosa revolucionou a linguagem literária ao se debruçar sobre a Vale do Jequitinhonha. Carlos Drummond de Andrade cantou Itabira e as montanhas de Minas Gerais. Gilberto Freyre estudou casa grande e senzala de Pernambuco. Érico Veríssimo fez das lutas dos gaúchos a matéria prima de sua obra épica. Antônio Cândido decifrou a cultura caipira paulista. Na mesma trilha seguiram Jorge Amado, Raquel de Queiroz, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, José Lins do Rego, Mário de Andrade, Manoel de Barros e Dalton Trevisan, entre outros grandes artistas e intelectuais. Aplicavam a receita de uma das mais célebres frases do escritor russo Liev Tolstói: ‘Se queres ser universal, começa a pintar a tua aldeia’. Nenhum, porém, foi tão longe e mergulhou tão profundamente na realidade regional brasileira como o potiguar Luís da Câmara Cascudo.
Autor de mais de 170 livros e surpreendente quantidade de artigos, crônicas e outros textos dispersos em revistas e jornais, Câmara Cascudo redescobriu o Brasil inteiro sem jamais renunciar à sua identidade local e provinciana. Gostava de se definir como ‘um professor de província’.
Por essas e outras razões, o trabalho de Câmara Cascudo ė ainda hoje, e seguramente sempre será, o ponto de partida e referência para qualquer estudioso interessado em entender o Brasil.”
foto-ap
,

Nenhum comentário: