“Prevenir é melhor do
que remediar: porque os homens precisam cuidar de si mesmos
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No Brasil, os homens
vivem menos do que as mulheres, tudo por causa da falta de prevenção e cuidado
consigo próprios
Segundo os
resultados Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013, divulgado no
ano passado, as mulheres vivem, em média, 7 anos a mais que os homens. A
pesquisa indica que as brasileiras possuem expectativa de vida de 78,6 anos, e
os homens de 71,3 anos.
O que essa pesquisa
mostra é a comprovação de uma característica cultural: que os homens se
previnem menos que as mulheres. De acordo com Carla Ribeiro, psicóloga clínica
e hospitalar voltada à saúde do homem, atuante do Rio de Janeiro, os homens,
normalmente, só procuram ajuda quando estão com algum problema urgente.
"Seja um problema de saúde mental ou física, não é incomum que os brasileiros
só procurem serviços de saúde quando estão com sérios problemas. Com o Dia do
Idoso se aproximando (26/09), é preciso relembrar a importância de se cuidar
desde cedo, para não enfrentar situações ruins no futuro", afirma.
A psicóloga lembra
que, quando se fala em saúde, muitos pensam que se trata apenas da parte física
do ser humano. "Na verdade, uma das características marcantes dos homens é
a falta de preocupação com si próprio. Quando ele sente uma dor ou desconforto
físico ele pode até, com certa insistência, ir no médico para encontrar o
motivo dessa aflição. Porém, quando um homem adulto não se sente bem consigo
mesmo, com uma angústia que só passaria com auxílio profissional, ele reluta
muito mais em procurar ajuda. Por isso, normalmente, é mais comum existirem
mulheres que se consultam regularmente com psicólogos do que homens, mas esse
cenário precisa mudar", esclarece.
Carla pontua que não
procurar ajuda pode parecer normal no presente, mas, com certeza, causará danos
no futuro. "Muitas pessoas acreditam, ainda hoje, que homens não podem
demonstrar emoção, exatamente para manter a aura masculinizada que os cerca.
Assim, eles se sentem desencorajados - seja pelas pressões sociais, como
família e amigos, ou por sua própria concepção sobre o que é certo e errado - a
procurar uma pessoa neutra em suas vidas, alguém que possa ouvir seus problemas
e ajudá-los a contornarem essa situação ruim. Em uma era em que doenças
psíquicas como depressão e ansiedade só tendem a se tornarem mais comuns, é preciso
lembrar que, quanto mais cedo se procura por ajuda, melhor é", observa.
Ela lembra que, na
velhice, esses problemas podem aumentar, especialmente pela sensação de solidão
e "inutilidade" que podem acompanhar essa época. "Com a
prevenção, é possível detectar se a pessoa possui inclinações para sofrer de
alguma dessas condições e, assim, por meio do acompanhamento psicológico,
pode-se realizar uma transição para a velhice de maneira mais tranquila e
saudável", finaliza.”
Carla Ribeiro
- psicóloga Clínica e Hospitalar voltada para Saúde do Homem - , Jacarepagu/
Rio de Janeiro.